Naquele tempo, Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! Se alguém vos disser alguma coisa, direis: ‘O Senhor precisa deles’, mas logo os devolverá’”. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta”. Então os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes havia mandado. Trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou. A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. As multidões que iam na frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou, e diziam: “Quem é este homem?” E as multidões respondiam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”. (Mateus 21, 1-11)
A benção de acolher e ser acolhido!
Amados irmãos e irmãs, dentre as situações que surgem como encontros em nossa vida, uma delas se revela bem nos primeiros momentos, pois é a acolhida do outro, de suas impressões e assim podemos continuar a convivência nos conhecendo melhor e mais profundamente, ou apenas nos afastarmos e termos assim caminhos distanciados e independentes.
Pois bem, algumas pessoas no tempo de Jesus o acolheram, outras não, algumas o seguiram, outras não, algumas o reconheceram como Salvador outras não, e assim se faz nossa caminhada neste livre arbítrio de nossa existência, porém isto também nos sentencia a nossos destinos, pois na pessoa de Jesus ele se revela como o nosso próximo, que assim se faz realidade também nas nossas atitudes em relação a nossos encontros.
Podemos muitas vezes ser indiferentes as outras pessoas, e assim vivermos numa superficialidade que não nos leva a intimidades e descobertas jamais imaginadas no nosso entendimento, pois ao nos fecharmos para a dinâmica do conhecer e se deixar ser conhecido nos limitamos a um mundo fechado e sem a perspectiva de novos ares e aprendizados.
Quando nos abrimos ao despertar e ao conhecer, um novo mundo se abre diante de nossos olhos e nossos sentidos, nos levando realmente a vislumbrar uma nova vida e a compreender que existem novas maneiras de se viver, de se compreender as situações e novas oportunidades de aprendizado.
Quando iniciamos a Semana Santa com o Domingo de Ramos, assim fazemos a experiência de relembrar e também de viver esta experiência de acolher a Jesus Cristo, que para muitos é desconhecido e para outros conhecido, porém temos sempre a graça de decidir ser mais acolhedor, mais amável e decidido a viver uma vida que valha a pena ser vivida.
Assim, somos convidados realmente a uma profunda mudança no modo de vida, pois em nossos relacionamentos muito escrevemos nossa história, e assim temos a construção de relações permeadas de amor, de fraternidade e de comunhão, pois esta ultima só se realiza no desejo de abertura de duas ou mais pessoas para um caminhar unidos no sentido de fortalecimento e realização de todos que comungam da mesma caminhada.
Ficamos assim diante deste desafio, da acolhida, da aceitação e do respeito ao próximo, pois somos constituídos na graça de Deus, seres humanos únicos, que com sua forma e jeito de ser, podem ou não marcar amavelmente os corações que partilham de sua vida, e assim partilharmos o que de melhor podemos ofertar e construir com os nossos.
Que possamos ser mais acolhedores, mais amáveis, mais pacificadores, mais próximos dos próximos, mais pacificadores e principalmente que o Cristo Jesus possa ser acolhido na Jerusalém de nossos corações e nos transformar com seu amor em seres mais santos e cheios de bençãos.
Que a Sagrada Família de Nazaré nos proteja e guarde. Deus sempre os abençoe!
Luciano Mota Peixoto / Diácono Permanente, Teólogo / @diacono.lucianomota / @emcasacomdeus / Facebook: Diácono Luciano Mota Peixoto
