O GATO ABISSÍNIO – FIM MELANCÓLICO
Levando-se em conta as últimas notícias, o reinado do Rei Gato caminha aceleradamente para um fim melancólico.
Tudo isto por falta de planejamento, decorrência lógica da ausência total de competência.
O fato de a receita de um determinado exercício se mostrar satisfatória não representa garantia de que a do próximo venha no mesmo sentido.
Com o primeiro ano de reinado abastecido por recursos decorrentes das sobras deixadas pelo Rei anterior e, o segundo, com receitas que ultrapassaram as estimativas orçamentárias, o Rei Gato julgou que estaria nadando em recursos financeiros no seu terceiro ano de reinado.
Deu no que deu! Diante da falta de recursos até mesmo para abastecer o dia a dia do reino, o caminho encontrado foi tratar com truculência os bichos servidores, logo eles que trabalham com boa vontade, sem qualquer culpa pela situação calamitosa em que se encontra o reinado.
De inicio dispensou mais de setenta servidores sem qualquer aviso e sem o conhecimento até mesmo das diretoras das escolas e das creches onde os mesmos trabalhavam.
Cortou horas extras que deviam ser necessárias, visto que, se não fossem, não deveriam estar sendo pagas.
Com isto a qualidade dos serviços prestados pelo Reino, que já era ruim, ficou pior ainda. As reclamações são generalizadas visto que as barbaridades praticadas pelo Rei gato não param por aí.
E isto é só o começo, pois a arrecadação do primeiro trimestre deste ano ficou bem aquém do estimado na lei orçamentária, fazendo com que a falta de recursos seja crônica e sem qualquer expectativa de melhora até o final do corrente exercício.
Sem dúvida alguma, o ambiente criado tem tudo para gerar um final melancólico de reinado.
Um exemplo da qualidade das realizações do atual reinado é a obra realizada na principal via da Floresta.
Tem cruzamento em que, por falta de sinalização, a preferência é sempre do mais corajoso, o pedestre circula sobressaltado pelo desrespeito à preferencial desenhada na travessia das vias e não existe forma de descer ou embarcar passageiros, pois o local que deveria ser utilizado para este fim foi transformado em estacionamento pago.
Quem se aventura a transitar nesta via, principalmente no dia de sábado tem que estar preparado para enfrentar verdadeiros absurdos, já que o trânsito não flui pois as paralisações são constantes para descer e subir passageiros ou para entrega ou recebimento de mercadorias.
As conseqüências decorrentes da situação extrapolam para outras vias que passam a experimentar o mesmo problema.
Enquanto isto os agentes de trânsito estão preocupados apenas em colocar cones nos buracos que tomam conta da Floresta. Não se vê qualquer iniciativa para solucionar o problema criado pela “grande” obra realizada pelo Rei Gato, que também deveria experimentar transitar por ali nos finais de semana.
A verdade é que conseguiram piorar o que já era muito ruim.
Tudo isto faz parte do fim que aguarda o atual reinado.
Longe de qualquer dúvida, vai ser melancólico.
Dejair F. Lima / Jornalista e Advogado