Luiz Salgado, Luiz Carlos Salgado, 47, natural de Patos de Minas. Começou a cantar muito cedo em sua casa para visitas e amigos, aos 7 anos em rádio de auditório e cresceu na espiritualidade das Folias de Santos Reis. Aos 14 anos iniciou no violão, vindo aos 21 anos para Uberlândia trabalhar como músico. Gravou 8 cds e 2 DVDs. Participou de vários CDs de outros artistas e projetos.
Apresentou-se em festivais competitivos, mostras e shows por todo o Brasil e em Portugal. Luiz Salgado e a Sementear já têm uma história de sua participação em 2021 no Orquestra Sementear e amigos, mesmo de outras ocasiões nos caminhos da arte e da cultura.
O cantadô nos honrará com sua participação no Recital de Encerramento do Curso Introdução I ao Estudo do Violoncelo apoiado pelo PMIC-Programa Municipal de Incentivo à Cultura, da FAEC- Fundação Araguarina de Educação e Cultura que acontecerá no dia 14 de julho de 2023, às 19:00 horas na Casa da Cultura Abdala Mameri, com entrada franca e classificação livre.
Abaixo transcrevemos uma breve entrevista que ele concedeu à Sementear:
Sementear: Luiz, qual emoção toma conta de você quando entra no palco diante do público?
Luiz Salgado: O que me motiva é fazer com que as pessoas voltem para casa melhor do que quando sairam, saiam do show tocados pela música que faço, um tipo de música específica, emocional, afetiva, promovendo uma meditação sobre a finalidade da vida e o valores que nos conduzem.Desejo despertar a atenção dos que vão me assistir para a natureza, para a cultura, para o social.
Sementear: Como você vê a movimentação do Fórum de Cultura de Araguari e o atual momento cultural araguarino?
Luiz Salgado: Há 16 anos estou em Araguari nesta minha segunda fase, e, comparadamente a outros amigos no setor da cultura, tenho uma opinião das gestões culturais na FAEC e do grupo de fazedores de cultura desse período. Estamos vivendo uma efervescência cultural e de consciência política cultural muito importante. O presidente da FAEC, Diogo Machado, é alguém do setor cultural, que vive a realidade do palco, além de possuir o conhecimento técnico das políticas públicas, dos setores reguladores governamentais o que o credencia para realizar o que está acontecendo. Quanto ao Fórum, eu entendo que somente a mobilização do setor cultural através dele pôde provocar nas autoridades o interesse de atualizar a legislação municipal, alinhando nossa cidade com o sistema nacional de cultura e o plano estadual. O Fórum indicou o Diogo para o Prefeito Renato Carvalho que acatou a sugestão e hoje vemos o funcionamento dos Conselhos de Cultura, o Conselho Curador e de Patrimônio, além dos demais setores da FAEC serem ocupados por pessoas técnicas e concursadas. O Fórum é onde a sociedade civil faz coro para cobrar das entidades públicas o cumprimento da lei, das políticas que legalmente são para o setor cultural. Este é o período de maior movimentação cultural que presenciei até hoje. O PMIC é uma das principais ferramentas municipais e hoje está apoiando inúmeras atrações e realizações locais. Assim, vejo com os melhores olhos todo esse movimento.
Sementear: Tendo em vista nossa convivência ao londo desses anos, inclusive tocando juntos, como você vê a Sementear e o violoncelo no contexto araguarino e regional?
Luiz Salgado: Sempre respeitei o movimento cultural realizado pela equipe que compõe hoje a Sementear. Na fase do violoncelo, ainda mais. Ele é um instrumento, se posso dizer assim, é elitizado, me compreenda bem, sei que vocês trabalham para dar acesso a quem nunca pensaria nele tocar, é um instrumento caro, um investimento alto para estudar e que exige uma dedicação maior do que os outros. Digo isso porque toco violão e viola e sei da exigência técnica do violoncelo, para extrair o som adequado a que ele está apto emitir. O violoncelo é um instrumento que exige uma dedicação e quando vemos as crianças da idade que começam na Sementear e logo estão tocando músicas com partitura e tecnica crescente, eu me emociono e o público que ouve se emociona.
Acompanhei várias apresentações, inclusive a das praças públicas com o Beethoven na primeira temporada e só tenho a dizer que vocês não somente ensinam música, mas constroem na criança e no jovem a cidadania, inserem crianças socialmente vulneráveis, fortalecendo sua autoestima e confiança no futuro, e, ainda, em consequência, dão esperança, isso mesmo esperança no amanhã. A Sementear vai muito além da música. O maestro Kayami Satomi diz que esses movimentos fazem a deschatização da música clássica, erudita, entrecruzando-a com o popular e integrando o violoncelo no dia a dia da socidade e dos ouvintes.
Sementear: Você participará conosco no Recital de Conclusão do Curso Introdução I ao Estudo do Violoncelo e tocará com as crianças iniciantes. Diga algo a respeito.
Luiz Salgado: É uma honra, quisera eu na idade delas ter a oportunidade do palco e da convivência com artistas, isso me faz voltar lá atrás, nos meus começos, dando a sensação de que faço parte com a minha criança interior e respirar o clima de beleza que me proporciona. É uma honra, repito, nos meus quase 30 anos de carreira, tocar com quem está começando e, mesmo que não se tornem profissionais da música, têm um futuro belíssimo pela frente, levando a musicalidade e a sensibilidade para a sua atuação humana na sociedade, cidadã. É uma grande alegria para mim voltar ao palco com os meninos…
Sementear: Suas palavras finais.
Luiz Salgado: Agradeço a oportunidade de estar aqui na Sementear e tocar na Casa da Cultura, local muito nosso aqui na cidade. Obrigado por me proporcionar a ocasião de fazer parte da história das crianças e pontear a minha viola junto ao som dos violoncelos, com os cellistas mirins. Meu abraço forte a todos da Sementear e vamos ao Recital, gente!
