A harmonia é como a bonança após a tempestade
Diego Bosnich, natural de São Paulo e mineiro de Frutal de coração, é aluno de música na Universidade Federal de Uberlândia, na classe do mestre Kayami Satomi. Jovem de 23 anos, está concluindo sua graduação em violoncelo, sendo concomitantemente aluno na Academida de Música da OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, onde cursa especialização em canto. Com formação em piano, canto e violoncelo, aspira à regência, preparando-se para voos mais altos além mar. Enquanto isso, é professor coordenador artístico na Sementear, responsável pela orquestra, somando já quase três anos de contribuição. Faz parte da orientação pedagógica da Sementear juntamente com o professor Heitor Dias, conduzindo a professora de iniciação Thalita Palão no Curso de Introdução I ao Estudo do Violoncelo – uma de nossas alunas avançadas prestes a entrar na graduação em Música.
Entrevistamos Diego aqui para conhecermos um pouco dele.
Sementear: Diego, porque optou pelo violoncelo como um dos instrumentos de sua predileção?
Diego: Desde a infância, o som do violoncelo me cativou profundamente. Eu venho de uma família de músicos amadores e tive a sorte de crescer numa pacata cidade do interior de Minas – Frutal – que contava com um lindo projeto social de ensino de música, por meio do qual tive as minhas primeiras aulas desse instrumento tão especial.
Sementear: Seu dom artístico vai além da execução, você aspira à regência e tem trabalhado muito para isso, fale um pouco para nós?
Diego: Por gostar de áreas tão diversas na música como o canto, o piano e o violoncelo, tenho buscado algo em que eu possa congregar as habilidades que tenho desenvolvido nesses ramos. A regência é uma atividade que me permite atingir esse objetivo, uma vez que é esperado do maestro um conhecimento vasto sobre repertório, instrumentos e partitura, além do domínio da técnica gestual. O primeiro grupo que regi na vida foi a Orquestra JovemSementear, e a partir dessa experiência inicial, venho regendo diversas orquestras e coros nas cidades por onde tenho passado.
Sementear: Qual a sua impressão do trabalho da Sementear com o violoncelo neste período que convive conosco?
Diego: A Sementear tem se tornado um polo de excelência na formação de jovens violoncelistas. O movimento violoncelístico da nossa região deve muito à Instituição e ao lindo trabalho desenvolvido aqui.
Sementear: O Curso Introdução I ao Estudo do Violoncelo que recebeu recursos da PMIC-Programa Municipal de Incentivo à Cultura da FAEC, está perto de ser concluido, com crianças iniciadas recentemente no instrumento. Como você vê esta iniciativa e a repercussão na vida dos meninos e meninas?
Diego: Fiquei muito emocionado quando vi essas crianças e jovens tocando juntos pela primeira vez. O brilho no olhar, a empolgação, o fascínio pelo instrumento e a satisfação ao ouvir a beleza do som produzido a partir do empenho deles – tudo isso me recorda do meu início no violoncelo e ajuda a manter sempre vivo em mim o porquê de eu ter escolhido esse instrumento. Poder acompanhar também o desenvolvimento da Thalita, que foi minha aluna desde criança e que agora dá seus primeiros passos na docência, realizando um sonho pessoal, me alegra profundamente. Tudo isso só é possível graças à existência de iniciativas como o PMIC, e ao apoio da FAEC e da Prefeitura, a quem os alunos, pais e funcionários da Sementear somos muito gratos.
Sementear: Como você vê os Concertos de Domingo organizados pela Sementear e que terá o apoio da FAEC em julho de 2023?
Diego: Esse repertório me é particularmente querido, afinal estamos tratando de músicas que são apreciadas pelo público do mundo todo há mais de dois séculos. Alegra-me muito ver essa música tão bela ganhar as praças de Araguari e fazer tanto sucesso com o nosso povo. Esse contato é transformador, tanto para quem toca quanto para quem ouve, uma verdadeira onda de boas energias espalhando os valores do bom, do belo e do nobre pela cidade. Só posso imaginar a harmonia criada pela música como a bonança após a tempestade. Somos os maiores beneficiados.
Sementear: Suas palavras finais…
Diego: Gostaria de convidar todos os leitores dessa matéria a virem prestigiar os nossos meninos e meninas nos concertos. As músicas estão lindas e, contempladas nesses ambientes de natureza das praças, ganham um toque ainda mais especial. Certamente será uma experiência revigorante para todos. Ressalto ainda, marcarem em sua agenda o dia 14 de julho, às 19 horas na Casa da Cultura Abdala Mameri, quando fecharemos oficialmente o PMIC com um Recital de Violoncelo. Fiquem atentos às nossas redes sociais para acompanharem as novidades.