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Batalhão Mauá realizou solenidade alusiva ao Dia do Exército

O 2º Batalhão Ferroviário de Araguari, Batalhão Mauá, realizou não final da tarde de quarta-feira (19), a solenidade alusiva ao Dia do Exército. O evento contou com a participação de autoridades, imprensa e familiares. Durante a cerimônia, após a leitura da Ordem do Dia, a tropa entoou a canção do Exército. A solenidade contou com a presença do Comandante do 2º Batalhão Mauá, Tenente-Coronel Romualdo Crisanto Eufrázio, acompanhado do Subtenente Alexandre Peixoto da Cunha, Adjunto de Comando do 2º Batalhão, Majores, Capitães, Tenentes, Sargentos, Cabos e Soldados, que representaram o Exército Brasileiro. O evento aconteceu na Praça Visconde de Mauá, com a entrega de condecorações a personalidades. Na oportunidade, foram condecorados: Louriel Oliveira Vilarinho, professor da Universidade Federal de Uberlândia, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao exército brasileiro. E entrega de condecorações aos militares com destaques no Batalhão.

ORDEM DO DIA

Soldados de Caxias

No dia 19 de abril de 1648, a capitania de Pernambuco testemunhou o episódio fundador de nossa nacionalidade — a Primeira Batalha dos Guararapes. Naquela oportunidade, aflorou o sentimento de amor à terra, em renhida luta de portugueses e brasileiros contra os invasores holandeses. Esse formidável triunfo militar traçou o destino e o futuro do Brasil. Nesse cenário, Gilberto Freyre, ao comentar os 300 anos de Guararapes, bem disse: “nas duas Batalhas dos Guararapes escreveu-se a sangue o endereço do Brasil: o de ser um Brasil só e não dois ou três. O de ser um Brasil fraternalmente mestiço, na raça e na cultura (…)”. Dessa união de todos os brasileiros, irmanados pela noção de pertencimento à terra e pela necessidade de proteção das famílias e das riquezas, formava-se uma Nação. Com ela, nasceu, também, o Exército Brasileiro, liderado por Barreto de Menezes, Vidal de Negreiros, Felipe Camarão, Henrique Dias, João Fernandes Vieira e Antônio Dias Cardoso. Evidenciando arrojo e bravura, cerca de dois mil soldados luso-brasileiros derrotaram cinco mil soldados holandeses. Da grandeza desses heroicos antepassados, negros, brancos e indígenas, o Brasil herdou o compromisso imortal de defesa da soberania e da integridade territorial. Foi o primeiro compromisso histórico do Exército: a defesa da Pátria. Com a consolidação do legado de Guararapes e o sentimento nativista, muitos acontecimentos se seguiram, pavimentando o caminho para nossa emancipação política. Batalhas foram bravamente travadas para manter o que fora proclamado às margens do rio Ipiranga. Nesse contexto histórico, vários personagens emergiram, entre eles, Maria Quitéria, primeira mulher combatente, e Caxias, nosso soldado maior, primeiro porta-bandeira do Batalhão do Imperador, personagem que encerra as virtudes militares e a vocação do Exército, que uniu e pacificou a Pátria, firmando, nessa ocasião, o compromisso com a Independência. No Segundo Império, foi notável a atuação dos soldados na Campanha da Tríplice Aliança. Com a vitória, vieram as sucessivas crises que abalaram a Monarquia e, em um movimento modernizador e sinérgico, tornamo-nos uma República. A espada nas mãos do Marechal Deodoro da Fonseca, filho de Dona Rosa da Fonseca, mãe que perdeu três filhos em combate, materializou esse momento. Assim, o Exército assumiu seu terceiro compromisso histórico, dessa vez, com a República e seus princípios. Com a proclamação, surgiram grandes desafios para um país de poucos habitantes e imenso território. Personagens como Rondon, engenheiro, indigenista e desbravador, contribuíram decisivamente para a integração nacional. Posteriormente, sob o comando do Marechal Mascarenhas de Moraes, nossos soldados integraram a Força Expedicionária Brasileira, que atravessou o oceano para defender a democracia contra o nazifascismo, projetando nomes de heróis, como o Aspirante Mega e o Sargento Max Wolf Filho. Ao contemplar as glórias, as tradições e os sacrifícios de nossos antecessores, compreendemos e valorizamos a nobreza da vida castrense. Nobreza essa evidenciada pelos nossos “capacetes azuis” que promovem a paz e contribuem para amenizar o sofrimento de povos irmãos em diversas operações ao redor do mundo, sob a égide de organismos multinacionais. Nobreza que se revelou, também, no sacrifício de militares no terremoto do Haiti e em missões de pacificação. Somos hoje mais de duzentos mil homens e mulheres. Teremos neste ano setenta e cinco mil conscritos incorporados. São jovens brasileiros de todas as raças e religiões, a maioria voluntária, de origem humilde, que servem à sua Pátria e ajudam as suas famílias. Estamos presentes em todo o território nacional, ao lado da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira, sob as mais diversas e inóspitas condições. A postura vigilante e atenta de nossos Soldados garante a defesa da Pátria e a preservação de nossos imensuráveis recursos naturais. No cerrado, nos pampas, no pantanal, na Amazônia e nos demais biomas, o “Braço Forte” garante a nossa soberania, atua na faixa de fronteira, combatendo ilícitos transnacionais e preservando o meio ambiente, ao mesmo tempo, a “Mão Amiga” coopera, permanentemente, com o desenvolvimento nacional e com o amparo às vítimas de catástrofes.

MEUS COMANDADOS!

Em um mundo cada vez mais complexo, é preciso olhar os exemplos dos heróis de Guararapes e do Duque de Caxias, a fim de encontrar os melhores caminhos para o cumprimento de nossa missão. Esses caminhos, balizados pelo respeito à população, às instituições e, sobretudo, à Constituição, exigem um Exército moderno, com capacidade dissuasória, profissionalismo e aptidão para ajudar ainda mais o Brasil nos desafios vindouros. O Exército imortal de Caxias, Instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia. A Força agradece a seus bravos Soldados, da ativa e veteranos, pelos sacrifícios e pelos desafios ultrapassados. Prossigamos confiantes no futuro glorioso reservado ao Brasil. Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania!

Em defesa da Pátria, Exército – Brasil

Brasília-DF, 19 de abril de 2023

General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva Comandante do Exército

ENCERRAMENTO

O encerramento da solenidade mais uma vez ocorreu de forma marcante com o desfile da tropa do 2º Batalhão Ferroviário. A Banda do 36º Batalhão de Infantaria Mecanizado desfilou acompanhada do soar das onze badaladas do sino que se encontra localizado próximo à locomotiva Paraguaçú, as onze badaladas são em homenagem ao período em que o batalhão possuía a denominação de 11° batalhão de engenharia de construção. O sino foi ostentado por décadas pelas locomotivas a vapor que a organização militar possuiu ao longo de sua história. Em seguida desfilaram o Estado-Maior do Batalhão, A Guarda Bandeira, O centro de Instrução de Engenharia, Os Cães de Guerra do Batalhão, O Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva, a companhia de Engenharia de Equipamento e Manutenção e cinco Pelotões da unidade.

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