Vivenciando com esperança nossos desertos existenciais!
“Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”. Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’” Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. Jesus lhe disse: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor, teu Deus, e somente a ele prestarás culto’”. Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus”. (Mateus 4, 1-11)
Vivenciando com esperança nossos desertos existenciais!
Amados irmãos e irmãs, diante de nossos sonhos, projetos e realizações, sempre temos um caminho a ser percorrido, e por vezes somos acometidos de falhas, limitações, desesperanças, por outras vezes por persistências, esperanças, coragem e tantos outros sentimentos e sentidos que surgem nos dias de nossas vida.
E neste caminhar, algumas vezes vem a nós o sentimento de solidão, de falta de cuidado, de não ter amparo ou situações parecidas, e é exatamente neste momento que nos encontramos em nossos desertos, que podem ser espirituais, sentimentais e materiais, onde nos ocorrendo independentemente do modo, sempre nos acomete a fragilidade, e assim nos encontramos realmente vulneráveis, e isto uma vez ou outra pode acontecer.
Assim, é justamente em nossa fragilidade que somos então acometidos de tentações, cujo significado vem de um ato ou decisão por algo não recomendável, e é justamente neste momento de nossas vidas, que por vezes tomamos decisões que vão nos levar a sérias consequências negativas e que podem nos marcar profundamente de forma desagradável.
E como resistir as tentações se estamos fracos e desamparados, sim este é realmente um grande desafio, uma vez que não vivemos realmente com este preparo, com o pensamento que estamos fracos e sim que vamos superar, porém estas vontades de superação e ou de não ser exposto a humilhação, podem sim colaborar mais ainda para decisões equivocadas e que muito pioram nossa sensação desértica.
O Evangelho de Jesus, nos propõe uma intimidade com a Palavra de Deus, e assim tendo Nela a segurança necessária para os dias de dúvidas e travas, e assim conseguir superar situações delicadas e de fragilidade e persistir no caminho do bem e da vida.
As vezes somos inclinados e pensar que as coisas materiais podem sim suprir nossas necessidade e frustações e com o caminhar da vida, descobrimos que não é verdade, e que precisamos sim da luz e orientação da Palavra de Deus, outras vezes a tentação de vitimismo pode nos acometer e assim nos distanciar da espiritualidade o que nos leva mais e mais e questionar nossa fé, pois mesmo seguindo os ensinamentos, nos privando e situações mundanas, as doenças, as perdas, e tantas outras situações nos acontecem e por procurar uma explicação humana, nos fragilizamos ainda mais em nosso finito entendimento, e por vezes caímos nas tentações da soberba, onde queremos de toda forma ser superior aos nosso irmãos, demonstrando força e poder, porém sem nenhuma virtude, e sim somente por que assim queremos.e desejamos, o que nos leva a humilhações, furtos, guerras, e tudo o mais visando apenas o poder e nos distanciando cada vez mais da paz dos relacionamentos e principalmente da paz interior.
E dentro desta perspectiva de vida, somos realmente chamados a uma comunhão com o bem, com a paz, com o amor, com os relacionamentos saudáveis, com a compaixão, com o perdão, pois mesmo que estejamos vivenciando dias difíceis, jamais estaremos sozinhos e nem desamparados, pois além das pessoas que nos circundam, temos sempre a presença de Deus em nossa vida.
Que nossos desertos sejam vividos com dignidade, porém com fé e muita esperança, e que assim nossas vidas sejam realmente vividas com a glória da graça de Deus.
Luciano Mota Peixoto – Diácono Permanente, Teólogo
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