EmCena e Faec preparam projeto Memorial Irmãos Naves
O Memorial Irmãos Naves – Um resgate histórico-cultural do maior erro do judiciário brasileiro – será apresentado na Casa da Cultura Abdalla Mameri entre os dias 15 de março e 15 de abril, com entrada franca
A Casa da Cultura Abdalla Mameri será, mais uma vez, palco de um grande projeto na cidade de Araguari. O grupo de teatro EmCena e a Fundação Araguarina de Educação e Cultura – Faec – preparam para toda a comunidade araguarina o projeto: Memorial Irmãos Naves – Um resgate histórico-cultural do maior erro do judiciário brasileiro. De acordo com os idealizadores, serão 30 dias de “uma verdadeira imersão na história dos irmãos Naves com relatos históricos, curiosidades e elementos que retratam toda a trajetória vivida pela família”. A exposição terá início no dia 15 de março se estendendo até o dia 15 de abril na Casa da Cultura Abdala Mameri. A entrada será franca. A equipe organizadora informa ainda que nos dias 25 e 26 de março será apresentado o espetáculo “O Caso dos Irmãos Naves” também na Casa da Cultura. A apresentação está marcada para as 20h. Para este será necessário a retirada de ingressos (gratuitos), que serão limitados, nos dias das apresentações. O projeto é uma realização do Grupo EmCena de Teatro e da Prefeitura de Araguari pela Faec.
O CASO IRMÃOS NAVES
Os irmãos Sebastião e Joaquim Naves passaram oito anos na prisão acusados de assassinar um primo que, na realidade, não morrera. Na década de 1930, os dois foram vítimas de torturas e atrocidades cometidas pelo militar Chico Vieira, delegado de Araguari indicado pela ditadura Vargas, que atribuiu o “crime” a eles. Absolvidos em primeira instância, os dois acabaram condenados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Só no final dos anos 1950 eles foram considerados inocentes. Em 1967, o escândalo inspirou o filme “O caso dos irmãos Naves”, de Luís Sérgio Person, protagonizado por Juca de Oliveira e Raul Cortez.
A HISTÓRIA
Tudo começa quando, Sebastião José Naves, na época com 32 anos, e Joaquim Naves Rosa, com 25 anos, se tornam sócios de Benedito Pereira Caetano. O primo acumula dívidas e foge para se livrar das responsabilidades. A investigação do sumiço começa e toma rumos inesperados. Acusados de matar Benedito, os irmãos Naves são presos, torturados e linchados pela opinião pública. Após, oito anos e três meses de reclusão os dois ganham a liberdade condicional. E depois de terem suas vidas roubadas, Joaquim morre e o irmão busca pela verdade. Anos mais tarde, o primo Benedito reaparece vivo. Assim, os irmãos Naves tiveram a inocência declarada, mesmo que tarde demais. O caso marcou a maior falha do sistema judiciário brasileiro.