Cultura

O BERIMBAL

Edvaldo Carneiro e Silva, mais conhecido como Mestre Camisa Roxa foi considerado o melhor aluno de Mestre Bimba. É Grão-Mestre da Abadá-capoeira, título vitalício para o qual foi escolhido por um conselho de Mestres de notório saber. Sua função é de orientador e consultor, sendo o seu título o mais alto grau na Abadá-capoeira. É o Mestre, que mais via a Capoeira pelo mundo, por mais de 50 países como manifestação da cultura brasileira.
Camisa Roxa nasceu em 1944, na Fazenda Estiva, interior da Bahia. A praticar Capoeira aos 10 anos começou de idade como divertimento, o que mais tarde foi copiado por todos os outros irmãos. Na década de 60, foi para Salvador fazer o melhor e mais cientificamente educado, na Academia de Bimba, onde se formou e foi considerado o melhor aluno pelo Mestre. Seus irmãos Ermival, Pedrinho e Camisa também se formaram na Academia de Bimba.
O apelido do Grão Mestre surgiu devido ao fato de que ele  sempre frequentava as rodas de Capoeira da Bahia com uma camisa dessa cor e da qual gostava ele muito. Gostava também de jogar a capoeira tradicional da academia e nas rodas Waldemar e Traíra na Rua Pero Vaz, onde era muito respeitado por sua postura e o grande conhecimento de Mestre.
Camisa Roxa pensava a Capoeira como um todo, reunindo Regional e Angola. “Na verdade, bem poucas pessoas compreendem a verdadeira intenção de Mestre Bimba”, declara o Grão Mestre. “Primeiro ele ensinava com seu método uma Capoeira alta, mas com o tempo a pessoa deveria aprender a jogar baixo”, completa.
Roxa foi responsável pela coordenação da Abadá-capoeira na Europa, e realizava regularmente cursos práticos de reciclagem para os instrutores e professores que atuavam por lá. Foi também o organizador do Encontro de Primavera Capoeira na Europa e Jogos Europeus da Abadá-capoeira. Estes eventos visavam à integração e atualização de capoeiristas na Europa através de aulas teóricas e práticas ministradas por mestres convidados do Brasil; dedicou grande parte de seu tempo a pesquisas sobre capoeira, sempre em busca de sua visão de novos caminhos. Para ele, no Brasil deveria haver mais união entre os grupos, para que seja possível estabelecer uma ordem nas atividades e nos ensinamentos. “Talvez uma Capoeira mais disciplinar e união entre os líderes, produz uma Capoeira com mais responsabilidade e profissionalismo”, afirma. Camisa Roxa dizia que ao passar sua experiência, procurava retribuir tudo o que a Capoeira lhe deu até hoje.

Morreu numa noite de quinta-feira , dia 18 de abril de 2013, em Salvador, aos 69 anos. Segundo familiares, ele caiu da laje da casa de um irmão, onde estava de férias. 

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