Condenado a quatro anos e oito meses de prisão, Wesley Gonçalves da Silva, conhecido em como “Wesley do Agito”, é considerado o chefe de uma quadrilha especializada em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes que atuava em vários estados.
Ao g1, o advogado dele, Bruno Alexandre Souza, afirmou que entrou com embargos de declaração em relação ao mandado e vai aguardar o seguimento do processo para se manifestar.
Wesley tem 39 anos e era conhecido em Uberlândia e na região por organizar festas e grandes eventos. Segundo as investigações, ele se aproveitava dos eventos para lucrar com a venda de drogas sintéticas.
Em 2021, o Fantástico mostrou que Wesley e outros membros da quadrilha ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais. Entre as postagens, havia fotos e vídeos com carros esportivos e mansões, além de publicações em baladas e viagens internacionais.
Em um dos perfis, ele colocou bandeiras de diversos países indicando os destinos para onde já viajou. Na lista, estão Holanda, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Reino Unido, Bélgica, França, Bolívia, Argentina e Paraguai.
Wesley foi um dos investigados da operação “Balada”, realizada em 2021 em Uberlândia e outras cidades de 10 estados para desarticular a organização criminosa. Ele foi preso em um hotel de luxo em Maceió (AL) em 2021, mas foi colocado em liberdade em fevereiro deste ano após decisão da Justiça.
A condenação foi assinada na segunda-feira (13) pelo juiz João Marcos Luchesi. O magistrado também expediu um mandado de prisão preventiva contra Wesley.
Segundo a PF, a região do Triângulo Mineiro era onde o grupo criminoso armazenava a droga, que era encaminhada para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. Após o armazenamento na região, o material era distribuído por todo o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e outras regiões de Minas Gerais.
Além de drogas, a quadrilha também se envolveu com o tráfico de armas de guerra e chegou a escoar mais de 500 fuzis em carros de passeio. Conversas monitoradas pelos investigadores mostram a negociação dos armamentos.
Para poder dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a quadrilha também utilizava um esquema de lavagem de dinheiro classificado pela própria PF como “sofisticado”, pois utilizava empresas de fachada e a compra de postos de combustíveis, hotéis fazenda, imóveis, veículos e embarcação de luxo.